O infindo “estado de graça” de Sócrates deve muito à fasquia com que deparou: suceder ao governo mais caricato e incapaz que alguma vez afligiu Portugal. Bastava ao líder do executivo não se babar em público e aos ministros não serem apanhados em casos amorosos com ovinos para fazerem boa figura. Coisa que têm conseguido, até ver.
De resto, fica a ideia de que as reformas levadas a cabo têm tanto de cuidadosa gestão do calendário político e de relações públicas como de acção real. Enfim, talvez o melhor governo que podemos almejar seja mesmo assim: pouco faz mas consegue transmitir aos agentes económicos a ideia de que o país avança. O que está longe de ser mau de todo.