O homem já nem me irrita. Mas nunca deixa de me divertir. João Carlos Espada é o parvenu por definição: a criatura deslumbrada que fugiu dos tugúrios suados onde dava vivas a Estaline e agora se gasta em lindas viagens imaginárias entre Washington e Oxford.
Na coluna de hoje no "Expresso", o homem mostra sua infelicidade por quererem acabar com as típicas excentricidades da Câmara dos Lordes inglesa, instituição tão admirável quanto económica, de acordo com o José Castelo Branco do colunismo mais ou menos político cá da terrinha.
Entre a admiração pela capacidade que os empregados do restaurante da dita câmara têm para distinguir os "milords" dos visitantes piolhosos e a "estóica" ementa tipicamente britânica do mesmo, há montes de espaço para o Espada desfiar toda a sua parolice deslumbrada.
Vão lá ler aquilo, que vale mesmo a pena. Se não estivesse neste momento a meio do "Apocalypto" do Mel Gibson, até era capaz de transcrever a peça toda. Assim sendo, tenho melhor que fazer.