Enquanto espero que me cheguem os últimos
bits do
Stalker de Tarkovsky, percebo uma coisa: há muito de digno e de laboriosamente cinéfilo na pirataria. E não se trata apenas da alegria prometeica de (re)criar imagens e sons magistrais a partir de quase nada: uma ligação à
net e pouco mais. Ter de dominar 6 programas diferentes — cada um deles um prodígio de opacidade — antes de desfrutar um filme... eis um trabalho de amor, uma laboriosa
via crucis ao penoso alcance apenas de quem ama mesmo o Cinema. Ou não seria muito mais fácil, embora banal, encomendá-lo
aqui ou ir buscá-lo a um reles clube de vídeo? Piratear, eis o vero caminho do iniciado.