Quarta-feira, 21 de Março de 2007
Mas será que a senhora estava a fazer um filme porno?
"A ‘Dona Coisinha’ estava sempre deitada, a arfar, e praticamente não tinha falas."
Assim falou a popular "Parrachita", Maria Vieira, ao anunciar a sua fuga do naufrágio em forma de programa do Herman. Muda, deitada e a arfar... Graças ao Grande Relojoeiro, não vi essas partes. Apanhei sempre aquela malta a falar mesmo e a fazer de conta que tinha graça. O que já é deprimente que baste.
Terça-feira, 13 de Março de 2007
Como vai mal o humor em Portugal
Dá ideia que os Gato Fedorento não querem dar o golpe de misericórdia no seu antigo patrono, Herman José. Vai daí, andam a deixar escorregar o seu programa pela ladeira da auto-complacência e da preguiça. A última prestação da coisa foi penosa: falta de ritmo, graças pífias, uma espécie de sketch longuíssimo a glosar um assassínio real, e, horror dos horrores, uma... tuna!
Mas o Herman trocou-lhes as voltas. Conseguiu fazer pior. Muito, muito pior. O seu "Hora H" tenta cruzar o registo revisteiro com o humor falsamente sorumbático e ataráxico de séries como "Little Britain" ou "League of Gentlemen". Mas Royston Vasey continua a ser uma miragem longínqua. O último programa de Herman José foi acabrunhante de ver: gags falhados em catadupas, uma galeria de "bonecos" já vistos 30 vezes, realização fastidiosa, uma música de fundo irritante e despropositada, o registo histérico-repetitivo da maioria dos actores. E, abaixo de tudo, os textos, completamente desprovidos de qualquer resquício de graça ou de inteligência.
Devemos continuar a ser um país de poetas; que de cómicos não temos grande coisa.
Segunda-feira, 19 de Fevereiro de 2007
Querem dar cabo (do que resta) da carreira do Herman

Só assim se explica que alguém tenha mirado aqueles textos paupérrimos e decidido que tinham graça. Que alguém tenha visto a cópia de montagem do segundo episódio da "Hora H" e optado por o emitir. Que ninguém na SIC tenha tido o bom senso de exigir mais ao Herman (e à sua equipa de autores e actores) do que aquela salada insossa de banalidades, gags sem piada, falta de ritmo, situações arrastadas, tiques grotescos repetidos até à exaustão, etc. Claro que o "Gato Fedorento", mesmo com episódios fracotes como o de ontem, continua sem concorrência.
Quinta-feira, 18 de Janeiro de 2007
Portugal na TV
Os “Grandes Portugueses” da RTP não são espelho de nada, a não ser, talvez, de quem gasta quilómetros de prosa a psicanalisar um passatempo televisivo. Mesmo assim, não resisto a deixar aqui o meu voto: que Aristides Sousa Mendes não fique atrás do tiranete provinciano mas letal a quem desobedeceu e que acabou por o esmagar.